sábado, 17 de dezembro de 2011

ESTÍMULOS AMBÍGUOS E ILUSÕES PERCEPTIVAS



 O processo de percepção é fundamental para a sobrevivência humana. Esta relação se estruturou desde tempos mais antigos, quando o homem vivia no estilo chamado caçador-coletor. Um arbusto que se movesse, por exemplo, poderia ser um simples vento ou uma ameaça como um tigre. Em contraponto, estas leituras da realidade se estabelecem de maneira complexa. Além dos aspectos envolvidos nas etapas do processo de percepção, existem outros que dificultam o mesmo. A seguir exploraremos dois destes processos: A ambiguidade e a ilusão.
A ambiguidade ocorre quando falta uma informação fundamental para a significação da realidade, ou seja, quando um estímulo em nível sensorial pode gerar diferentes interpretações nas etapas de percepção e identificação. Um exemplo clássico é o famoso vaso de Rubin, que nos levam a questionar se o que vemos se trata de um vaso ou de rostos. A seguir temos mais alguns exemplos:


 Figura 1

O cubo de Necker permite visualizar dois cubos tridimensionais, um inclinado para baixo à esquerda e outro inclinado para cima à direita. Trata-se da ambiguidade na etapa perceptiva.

  Figura 2

Já a figura pato-coelho consiste em um exemplo de ambiguidade no processo de reconhecimento. São percebidas as mesma formas, a diferença poderá se estabelecer na identificação.
A arte utilizada na capa do filme “O silêncio dos Inocentes” é um exemplo de ambiguidade complexa. Somente através da reorganização e reinterpretação de parte da imagem permitirá a percepção dos corpos femininos formando a caveira.



Figura 3

É de grande relevância saber que, conforme Gerrig e Zimbardo, a percepção age sobre a ambiguidade transformando-a:

Umas das principais propriedades da percepção humana normal é a tendência a transformar a ambiguidade e a incerteza sobre o ambiente em uma interpretação clara sobre a qual se pode agir com segurança. (Gerrig e Zimbardo, 2005, p 156)

O outro processo é a ilusão. Ela é estabelecida quando pode ser demonstrado erro diante do padrão de estímulo experimentado pelo homem e compartilhadas pela maioria das pessoas. Alguns exemplos clássicos de ilusão:



Figura 4

A “ilusão de Zollner” dificulta a percepção de que as linhas de fundo são paralelas.



Figura 5

A “ilusão de Ebbinghaus” gera a percepção de que o segundo círculo é maior, quando na verdade são de tamanho igual.



Figura 6

A linha horizontal inferior parece maior que a superior. Esta é a “ilusão de Muller-Lyer”. As duas linhas têm o mesmo tamanho.
A ilusão é um processo que pode ocorrer com outros sentidos com outros sentidos, como audição e paladar. Está presente no cotidiano, quando, por exemplo, temos a percepção de que lua cheia nos acompanha. Historicamente, Cristóvão Colombo desfez a ilusão de que a Terra era achatada. Alguns profissionais como psicólogos, cineastas, arquitetos e decoradores utilizam-se deste processo em suas atividades.


Figura 7

Um apartamento pode se “tornar” mais espaçoso usando alguns recursos que criem esta ilusão como cores e mobília. É o que vemos na imagem acima através do uso de espelhos.

Por Vinícius Andrade

Referências Bibliográficas:
 GERRIG, R.J.; ZIMBARDO, P.G. Percepção. In ­­_____A Psicologia e a Vida. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Figura 1:< pt.wikipedia.org/wiki/Ilus%C3%A3o_da_Bailarina> Acesso em 17/12/11
Figura 2:< pt.wikipedia.org> Acesso em 17/12/11
Figura 3:< filmesdor2.wordpress.com> Acesso em 17/12/11
Figura 4:<detudoblogue.blogspot.com/2008/12/iluso-zollner.html> Acesso em 17/12/11
Figura 5:<hypescience.com/incriveis-ilusoes-de-otica/> Acesso em 17/12/11
Figura6:<www.sombrasdarealidade.com.br/percepcao.htm> Acesso em 17/12/11
Figura 7: <http://bbel.uol.com.br/decoracao/post/truques-de-decoracao-que-ampliam-a-percepcao-de-espaco.aspx> Acesso em 17/12/11

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