Alguns Métodos de Identificação da Percepção em Neonatos Humanos.
Até o início do século passado, acreditava-se, no meio científico,
que os neonatos humanos eram incapazes de ouvir, ver ou mesmo de
sentir dor por alguns dias após o nascimento. Entretanto, tal
afirmação inverídica somente se sustentou pela carência de
métodos que possibilitam ao bebê expressar o que sente e percebe, o
que modernamente, já é possível.
Método da
preferência visual
Tal método consiste em apresentar ao bebê pelo menos dois
estímulos, verificando, assim, a qual deles é dado maior tempo de
atenção. Este método foi desenvolvido em meados de 1960, por
Robert Frantz que fez experiências apresentando estímulos visuais
como rostos, círculos concêntricos, folhas de jornal e discos não
padronizados. Entretanto, tal método tem uma falha, já que se o
bebê não fizer distinção entre padrões não fica claro se ele
não os reconheceu, ou se achou todos igualmente interessantes.
Ele constatou que os recém-nascidos preferiam, claramente, estímulos
padronizados como rostos ou cículos concêntricos a olhar estímulos
não padronizados. Pelos testes realizados, concluiu-se que a
capacidade de discriminar padrões é inata, muito embora essa afirmação tenha sido contestada posteriormente.
Método
dos Potenciais Evocados
O método se efetiva pela medição das ondas cerebrais do bebê, assim que este entra em contato com um estímulo. Para tal, eletrodos são colocados
na cabeça do bebê. O estímulo percebido como “diferente”, fará a
criança apresentar uma alteração no padrão das ondas cerebrais.
Enquanto que, estímulos não detectados não produzirão alteração
nas atividades elétricas.
Por outro lado, por estes testes é possível observar as áreas responsáveis pelo processamento de informações sensoriais nos neonatos. Por exemplo, estímulos auditivos são processados no lobo temporal, enquanto que estímulos visuais são registrados na parte posterior, acima do lobo occipital.
Método
da Habituação
Para experimentação com tal método, um estímulo repetitivo é apresentado ao
recém-nascido, até que ele não manifeste mais as
características de novidade; movimentos de olhos e cabeça, mudanças
na respiração ou no batimento cardíaco. É um processo simples de aprendizagem, ela ficará habituada.
Por outro lado, para observar se ele percebe estímulos diferentes,
basta habituá-lo a um estímulo e depois trocar o estímulo. Se o bebê
voltar a apresentar alguma das alterações supracitadas, significa
que ela está desabituada. Vale, dizer se sua respiração ou batimento cardíaco acelerar, por exemplo, significa que percebeu o estímulo como novo.
Método
da Sucção de Grande Amplitude
Este método basea-se na capacidade da criança de controlar a
sucção. Para realizar os testes com esta método, é oferecida uma
chupeta especial, que permita um certo controle sobre o ambiente
sensorial.
Primeiro o pesquisador vai medir e estabelecer a taxa base de sucção
normal. Toda vez que o bebê sugar a chupeta com mais rapidez ou com
mais força que as observações da taxa base, a chupeta dispara um
comando para liberar um estímulo. Se o bebê detectar essa
estímulação e achá-la interessante continuará sugando para
manter o estímulo. Contudo, se ela perder o interesse, a sucção
volta ao normal.
Esse método é também bastante útil para detectar preferências.
Pode-se, por exemplo, modular uma chupeta de teste para liberar
estímulos doces em alta sucção e salados em baixa, ou liberar um
determinado estílo musical, como rock, em alta sucção e música
clássica, em baixa; e assim, auferir as preferências do bebê.
Uma coisa interessante sobre isso é que foi descoberto que os bebês,
de uma forma geral, têm predileção por sabores adocicados.
Por Sara Reis
REFERÊNCIAS
SHAFFER. Davis R. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Thomson. 2005.
Por Sara Reis
REFERÊNCIAS
SHAFFER. Davis R. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Thomson. 2005.
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