quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


Alguns Métodos de Identificação da Percepção em Neonatos Humanos.


Até o início do século passado, acreditava-se, no meio científico, que os neonatos humanos eram incapazes de ouvir, ver ou mesmo de sentir dor por alguns dias após o nascimento. Entretanto, tal afirmação inverídica somente se sustentou pela carência de métodos que possibilitam ao bebê expressar o que sente e percebe, o que modernamente, já é possível.

Método da preferência visual

Tal método consiste em apresentar ao bebê pelo menos dois estímulos, verificando, assim, a qual deles é dado maior tempo de atenção. Este método foi desenvolvido em meados de 1960, por Robert Frantz que fez experiências apresentando estímulos visuais como rostos, círculos concêntricos, folhas de jornal e discos não padronizados. Entretanto, tal método tem uma falha, já que se o bebê não fizer distinção entre padrões não fica claro se ele não os reconheceu, ou se achou todos igualmente interessantes.
Ele constatou que os recém-nascidos preferiam, claramente, estímulos padronizados como rostos ou cículos concêntricos a olhar estímulos não padronizados. Pelos testes realizados, concluiu-se que a capacidade de discriminar padrões é inata, muito embora essa afirmação tenha sido contestada posteriormente. 

Método dos Potenciais Evocados

O método se efetiva pela medição das ondas cerebrais do bebê, assim que este entra em contato com um estímulo. Para tal, eletrodos são colocados na cabeça do bebê. O estímulo percebido como “diferente”, fará a criança apresentar uma alteração no padrão das ondas cerebrais. Enquanto que, estímulos não detectados não produzirão alteração nas atividades elétricas.
Por outro lado, por estes testes é possível observar as áreas responsáveis pelo processamento de informações sensoriais nos neonatos. Por exemplo, estímulos auditivos são processados no lobo temporal, enquanto que estímulos visuais são registrados na parte posterior, acima do lobo occipital. 

Método da Habituação

Para experimentação com tal método, um estímulo repetitivo é apresentado ao recém-nascido, até que ele não manifeste mais as características de novidade; movimentos de olhos e cabeça, mudanças na respiração ou no batimento cardíaco. É um processo simples de aprendizagem, ela ficará habituada.
Por outro lado, para observar se ele percebe estímulos diferentes, basta habituá-lo a um estímulo e depois trocar o estímulo. Se o bebê voltar a apresentar alguma das alterações supracitadas, significa que ela está desabituada. Vale, dizer se sua respiração ou batimento cardíaco acelerar, por exemplo, significa que percebeu o estímulo como novo.

Método da Sucção de Grande Amplitude

Este método basea-se na capacidade da criança de controlar a sucção. Para realizar os testes com esta método, é oferecida uma chupeta especial, que permita um certo controle sobre o ambiente sensorial.
Primeiro o pesquisador vai medir e estabelecer a taxa base de sucção normal. Toda vez que o bebê sugar a chupeta com mais rapidez ou com mais força que as observações da taxa base, a chupeta dispara um comando para liberar um estímulo. Se o bebê detectar essa estímulação e achá-la interessante continuará sugando para manter o estímulo. Contudo, se ela perder o interesse, a sucção volta ao normal.
Esse método é também bastante útil para detectar preferências. Pode-se, por exemplo, modular uma chupeta de teste para liberar estímulos doces em alta sucção e salados em baixa, ou liberar um determinado estílo musical, como rock, em alta sucção e música clássica, em baixa; e assim, auferir as preferências do bebê.
Uma coisa interessante sobre isso é que foi descoberto que os bebês, de uma forma geral, têm predileção por sabores adocicados.


Por Sara Reis












REFERÊNCIAS

SHAFFER. Davis R. Psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Thomson. 2005.


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