A
percepção é um processo inato ou aprendido?
A
percepção contém sempre um componente aprendido, mas não é exclusivamente uma
questão de aprendizagem.
Como
a maioria das atividades humanas, a percepção resulta de uma interação complexa
entre tendências inatas, maturação e aprendizagem. Experiências feitas com
recém nascidos de diversas espécies de animais inferiores como pintinhos,
mostraram que eles são receptivos e capazes de discriminar formas de objetos,
escolhendo, para bicar, aqueles objetos semelhantes a coisas que eles
normalmente comem. No entanto a precisão da picada dos pintinhos aumenta com a
prática.
Outro
tipo de estudo que pode fornecer uma resposta a questão é o estudo feito com indivíduos
congenitamente cegos, que em resultado de operações conseguem enxergar pela
primeira vez. Tais estudos mostraram que os indivíduos não puderam reconhecer
formas, objetos nem pessoas familiares com base na sua aparência visual, logo
após a operação.
Em
todos os casos foi necessário um longo período de treinamento para que tais
indivíduos pudessem inferir significado das suas percepções visuais. Estas e outras observações parecem indicar
que a aprendizagem perceptiva ocorre rapidamente durante um período crítico
inicial, e que, se não ocorrer nessa ocasião, torna-se muito mais difícil de
desenvolver posteriormente.
Pode-se
facilmente constatar a influência da aprendizagem na percepção, comparando-se
como o fizeram alguns estudos, as diferenças na maneira pela qual os mesmos
estímulos são percebidos em diferentes sociedades. Uma criança esquimó
distingue entre numerosos tipos de neve, assim como a outra criança, moradora
de cidade grande, distingue numerosas marcas de automóveis. Não é provável que
a primeira faça as mesmas distinções da segunda, e nem vice versa, se forem
colocadas repentinamente em meios trocados.
Referência Bibliográfica:
BRAGHIROLLI, Elaine maria; BISI, Guy Paulo; RIZZON, Luiz
Antonio; NICOLETTO, Ugo. Psicologia Geral. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2009.
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